“A chave é que temos nós que cambiar”

Entrevista a Miguel González publicada no Arredista nº11, revista do Movimento Galego ao Socialismo.

Boas, Miguel. Desde quando estás vivendo no Reino Unido e como foi que rematache emigrando?

Cheguei ao Reino Unido em Setembro do 2012, em concreto a Londres. Agora estou a viver em Liverpool dende vai pouco. É umha pregunta complexa, tem muito a ver com o processo de demoliçom deliberada da universidade pública. Se bem na minha profissom pode ser considerado normal viver fóra, nom era o que eu queria. Eu queria fazer a tese na Universidade de Vigo, na Faculdade de Filologia e Traduçom onde me formei (Licenciatura e Mestrado de Investigaçom) e onde queria ficar por muitíssimos motivos. Isto nom me era viável por várias questons, artelhadas arredor do processo de destruiçom da universidade pública e em geral polo processo de destruiçom económica que sofrimos. Ver o que era um centro de conhecimento que considerava (e considero) estratégico para o pais ser parcialmente aniquilado foi mui duro para mim. Especialmente foi ver gente que respeito moitíssimo, apaixonada polo trabalho académico e de investigaçom como contribuiçom à sociedade, totalmente sobrepassada e dizindo-me que se podia marchar o figesse. Lembro esse dia, no verám, no que baixei da faculdade cum sentimento de desolaçom imenso, mas esclarecedor. Dias depois decidim marchar a Londres a fazer um mestrado (outro), como decissom estratégica, mas nunca como resignaçom.

Desde que resides alí, que trabalho ou atividades tes desempenhado até o de agora?

Do que me sinto mais orgulhoso é que puidem seguir investigando. Trás rematar o mestrado pugem-me a trabalhar, e agora estou de tradutor e intérprete autónomo. Estou pendente de possibilidades que me permitam fazer o doutoramento e seguir investigando, do que me sinto orgulhoso porque me parece umha boa maneira de contribuir algo à humanidade.

Como foi a adaptaçom à tua nova vida ali? É fácil a integraçom na sociedade inglesa?

O meu caso em certa maneira nom é o típico. Eu já tinha estado no Reino Unido e conhecia gente noutras cidades. A maiores o meu conhecimento da língua e da cultura eram bastante avançados já. Para mim a adataçom cultural nom supuxo especial trauma. Isso sim, ao começo, muita soidade. Mas isso vem dado. A integraçom é outra cousa distinta do que adaptar-se a viver, e mais num sitio como Londres… Ali sobre tudo levava-me com outras galegas. Hai umha comunidade de migrantes moi estruturada nessa cidade que merecem muito reconhecimento, que a pessar de tudo seguem organizadas. A solidariedade dessa gente fijo-o incrívelmente mais doado pra mim e segue-o a fazer para as que seguem chegando. Sobre isso haveria moitíssimo que dizer: Londres é umha cidade mui dura para quem chega, é umha capital imperialista, a escravitude salarial é patente e hai muitíssima injustiça social e segregaçom racial. É mui duro para as migrantes em geral. Eu fugim cara onde o sistema era algo mais feble.

Que teria que cambiar para poderes voltar ao nosso país?

A chave é que temos nós que cambiar. As soluçons nom no-las vam dar as elites imperiais. Eu vou a Galiza tanto tempo como podo, nego-me a perder essa ligaçom identitária. As condiçons atuais permitem-me estar em contato diário com o meu pais e viajar com relativa frequência. Assim mesmo, esta experiência está a ser para mim moi instructiva de como funcionam os sistemas imperialistas, ainda que seja por comparaçom. Tenho claro que nom vou ser o primeiro galego em fazer activismo cultural dende o exílio.

[hr_dotted]

Miguel é militante de Isca! Nasceu en 1987 e estudou Traduçom e Interpretaçom em Vigo. Tivo que emigrar e neste momento vive e trabalha em Liverpool. A emigraçom é umha das maiores problemáticas que afronta a juventude galega desde há anos. Por cada moça que atopou emprego, duas emigrárom (umhas mil ao mês) sendo mais de 100.000 as menores de 30 anos que marchárom da Galiza desde que começou a crise.

Contra a emigraçom juvenil é preciso construir umha alternativa política ampla e desde abaixo, que dê resposta aos interesses do nosso povo. Rematar coa Galiza do desemprego, dos recortes, das privatizaçons de serviços, da mercantilizaçom do ensino, da desindustrializaçom, dos ataques à soberania das mulheres, do roubo continuado. Fazer-lhes fronte por um futuro digno coa mobilizaçom social mais também co voto, co voto que mais lhes doe, co voto ao BNG – Os povos decidem

Partíllao!

En Facebook
En Twitter
En Pinterest
Polo WhatsApp
Ou polo Telegram
Email

Deixa un comentario