A seguir repruduzimos o discurso pronunciado em nome da nossa organizaçom no ato de clausura da nossa IV Assembleia Nacional, o pasado 12 de janeiro em Compostela:
Primeiramente gostaria de saudar as delegaçons convidadas, a todas as amigas que nos acompanhan e o conjunto da militáncia de Isca! que hoje se reuniu na nossa 4ª Assembleia Nacional. Também, por suposto, agradecer especialmente os saúdos solidários de organizaçons juvenis de outros povos.
Tocou-me a mim hoje ponher voz à organizaçom, sintetizando as conclusons desta assembleia e os nossos reptos para o futuro imediato.
Somos unha organizaçom jovem, com seis anos e meio de vida, mas sem dúvida o atual contexto social e político é para todas nós o mais duro co que nos temos topado desde que tomamos a decisom consciente de nos organizar neste e noutros espaços para transformar a realidade.
Os debates que tivemos hoje e nas semanas prévias servirom-nos para analisar essa realidade, atualizar e pôr a ponto esta ferramenta de intervençom política juvenil e reflexionar sobre o papel que deve cumprir umha organizaçom como a nossa, que junta moças e moços contra um sistema cada vez mais agressivo mas também cada vez mais questionado.
O nosso objectivo é precisamente converter esse questionamento en açom transformadora, em açom revolucionária consciente e organizada. E para isso, pensamos que é imprescindível acumular forças em todos os terrenos possíveis.
É por isso que debatemos hoje sobre o trabalho que desenvolvemos em diferentes movimentos sociais, pois sabemos que o cámbio social polo que trabalhamos partirá fundamentalmente non das cúpulas institucionais, senom da rua, do trabalho de base para organizar cada vez mais e mais rebeldias.
Assim, analisamos por exemplo a situaçom e o nosso papel no seio do movimento estudantil, no que hai já quase dous anos ajudamos a impulsar con muitas outras companheiras a Liga Estudantil Galega, um ilusionador espaço unitário de luita estudantil que desde postulados soberanistas e de esqerda joga já um importantíssimo papel nos centros de ensino e que desde Isca! nos comprometemos a seguir afortalando.
Analisamos tamém a necessidade dunha maior implicaçom juvenil no movimento sindical, pois sabemos que o papel que está chamado a jogar o sindicalismo nacional, combativo e de classe que representa a CIG é neste momento mais necessário que nunca.Igualmente, debatemos sobre o nosso trabalho em todos campos do movimento popular nos que atuamos: desde o ativismo feminista até os coletivos ecologistas e em defesa da terra, as associaçons culturais, os locais sociais ou as iniciativas desportivas de base.
Trata-se de tecer resistências en todos os ámbitos, alimentando muitos rios de luita que confluan num projeto transformador coletivo de caráter global.
Por isso, por suposto, também analisamos o nosso papel no seio do BNG, a frente patriótica e de esquerda na que nos inserimos, co objectivo de contribuir de jeito crítico e construtivo ao seu necessário debate interno.
A nosa aposta por reforçar o Bloque desde as nossas posiçons políticas non parte do taticismo nen do oportunismo. É conseqüência dunha análise consciente da realidade social deste país, da que extraemos a necessidade de que exista umha frente unitária e plural para a libertaçom nacional situada claramente na esquerda.
Precisamente nós, que nascemos no seu momento como reaçom à deriva que anos atrás pretendeu homologar o BNG ás forças do sistema, somos conscientes da necessidade de manter este discurso crítico, trabalhando de jeito contrutivo para recuperar a referencialidade do nacionalismo entre as classes populares. Nesse empenho, conjuntamente co fundamental labor do MGS, aspiramos a seguir avançando no caminho de reforzar o Bloque como referência das soberanistas e independentistas deste país.Para nós é fundamental, hoje mais que nunca seguir a defender a unidade de açom de todas as que defendem umha Galiza soberana e com justiça social. Desde as nossas posiçons ideológicas às que nom pensamos renunciar, sabemos que é muito o caminho que temos em comum por diante com muitas outras pessoas e coletivos que acreditam num processo de libertaçom nacional e social.
É para isso que tendemos a mao, sem sectarismos e sem mais limites que a lealdade e o respeito mútuo a quem na luita queira caminhar ao nosso carom.Esta aposta unitária em todas as frentes possíveis, nom so nom é incompatível mas é necessáriamente complementar com afortalarmos um espaço próprio de classe, independentista e comunista como o que Isca! aspira a representar a nível juvenil.
Por isso felicitamo-nos também da consolidaçom neste tempo do Movimento Galego ao Socialismo, a nossa organizaçom política de referência que joga já um papel protagonista no BNG, na CIG e em muitos espaços de intervençom social. O labor de Isca! é também formar quadros revolucionários que podam assumir responsabilidades no partido, como já hoje fam em muitos casos.
Sabemos que este espaço político que representamos é especialmente necessário na mocidade, porque somos nós, moças e moços, a quem nos corresponde ser a semente dumha revoluçom que se fai nom só necessária senom já urgente.
Para isso queremos organizar cada dia mais mocidade para confrontar este sistema.Porque quiçá hoje toca resistir, mas manhá tocará recuperar direitos perdidos e mais pronto que tarde será o momento de passar à ofensiva para ir derrubando os alicerces da injustiça social e de toda exploraçom. Porque será sobre as ruinas de Espanha, sobre as ruinas do capitalismo, que construiremos o nosso futuro.
Vivemos hoje baixo un sistema que funcionando corretamente provoca miles de mortes cada día, que fai que os direitos máis elementares sexan para boa parte do planeta um luxo inacessível. Que se alimenta da guerra, da exclusom, da pobreza da maioria. Agora, em crise, ademais de todo isso, de toda essa misséria tam normalizada e tam comum, o capital lança-se a roubar os dereitos conquistados por várias geraçons de luita obreira e popular. Essa é a demonstraçom mais viva da existência e da vigência da luita de classes. Ainda que alguns ilusos ou oportunistas nom queiram vê-la ela está aí, em cada resistência concreta à precarizaçom das nossas vidas. Por suposto que existe, é o que sempre moveu a história e o que seguirá a fazê-lo até a nossa vitória final.
Numha naçom oprimida como a nossa, negada culturalmente, decapitada politicamente e emprobrecida economicamente, esta luita de classes toma também forma de luita de libertaçom nacional, de combate pola soberania e a independência. Por isso a ruptura co decadente projecto espanhol é imprescindível para fazer frente a esta dura realidade, porque sem ferramentas políticas nengum povo pode construir um futuro digno. A República Galega é essa ferramenta, o único horizonte que pode abrir perspectivas de transformaçom social reais.
Independência e pátria socialista, o lema que hoje em Venezuela resoa na voz de Chávez, é também aqui plenamente vigente.
E nom se trata só de consignas, estamos mui longe do ideologismo do que às vezes se nos acusa: quando falamos de independência, quando usamos esse lema nas nossas faixas, falamos da elementar necessidade de que um povo se governe a sim mesmo. Todas as naçons oprimidas do mundo tivérom claro ao longo da história que a única via possível para o seu processo de libertaçom era dotar-se dum Estado de seu.
Tampouco se trata só dumha consigna quando falamos de socialismo, quando pintamos essa palavra nas paredes estamos a defender como alternativa um sistema social planificado em funçom das necessidades da maioria e nom do lucro duns poucos. Falamos de que os direitos nunca podam ser confundidos com mercadorias: ensino, sanidade, educaçom, vivenda, democracia real, igualdade plena de direitos. Falamos de algo tam básico, tan elementar como de que ninguén se lucre do trabalho alheio. Para acabar por fim com essa exploraçom e com todas as opresons das que se alimenta o capitalismo, começando pola de género.Precisamente por todo isto, porque nom somos nenguns idealistas nem nenguns utópicos, vemo-nos na obriga de nom deixar para tempos melhores a necessidade de fazer pedagogia política, clara, radical e transparente, sobre a realidade na que nos atopamos. Ou é que acaso hai melhor momento que este de ofensiva centralista para defender a plena liberdade do nosso povo? Ou é que haverá melhores ocasons que esta de expansom massiva da misséria para proclamar a necessidade de rachar coa lógica criminal do capitalismo?
Sabemos que nom, e a nossa defesa consequente dum horizonte revolucionário está tam apegada à realidade que pisamos como o sofrimento de quem padece as consequências desta orde social injusta.Para rematar, só lembrar algo que definiu desde o nosso nascimento a nossa organizaçom e a nossa militáncia, que foi o nosso compromisso internacionalista e solidário que nos fai sentir como próprias todas as luitas da humanidade de onte e hoje.
Desde aqui, desde a Galiza do século XXI, nós comprometemo-nos a seguir sumando esforços à revolta dos despossuídos. Porque nós somos comunistas e independentistas galegas, mais sentimos nossa cada batalha que os povos livrarom ao longo da história pola sua libertaçom: por isso dizemos que também somos bolivarianas, somos bolcheviques, somos zapatistas, somos a resistencia palestina, os Panteras Negras, os Sem Terra, os tupamaros; somos o Viet Cong, a luita anti-apartheid e o frente Polisario; somos as sandinistas, a Comuna de Paris, as revolucionárias cubanas. Somos toda canta voz rebelde foi, é e será erguida contra a injustiça e a exploraçom.
O Che dixo: “Por riba de todo procurai sentir no mais profundo de vós qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais linda qualidade dum revolucionário”
Por isso, com toda a humildade mas com toda a rebeldia e a firmeza de quem aspiramos a ser algum dia militantes revolucionários dignos de tal nome, desejo-vos muita força, e sobretodo muito ánimo para seguir luitando.
Avante, porque venceremos nós.
Viva Galiza ceive e socialista!