Discursos antipopulares no espanholismo mais exacerbador

Nestes últimos meses falámos das consequências que estamos a sofrer a mocidade galega a raiz da crise da COVID-19 no sistema capitalista onde vivemos. Se bem as consequências que primeiro nos venhem à mente som as económicas, com todo o que isto implica (despedimentos, perda de direitos laborais, acentuaçom da precariedade, recortes no sector público, etc.), estas nom som as únicas. Temos que falar também das consequências sociais.

Nom só estamos a sofrer ataques aos nossos direitos laborais e estudantis, também ataques à nossa sociedade. Em lugar de afiançar a uniom coletiva como primeiro e mais importante valor, começando na etapa de confinamento puidemos notar umha notável e crescente mensagem centralizadora do sistema: o espanholismo pom-se por cima de todo.

Desde o próprio governo do Estado até os mass media recebemos um constante embate centralizador que nos chama agressivamente à uniom de Espanha para fazer frente à crise, obviando as particularidades de cada naçom e mesmo a sua existência. A partir dessa premissa chegamos a um ponto onde todo vale por conseguirem o seu objetivo.

Em definitiva, o sistema serviu-se do vírus para agudizar a fenda entre a classe trabalhadora e a classe burguesa e também para erradicar qualquer mensagem discordante, bem seja soberanista ou de crítica ao sistema. Deixando-nos em situaçons de extrema urgência que agora vemos mui complicado solucionar polo panorama laboral, tanto de recortes de postos de trabalhos como de recortes nas condiçons laborais, que nos deixou o capitalismo.

Em lugar de elaborar medidas que realmente ajudaram à classe trabalhadora durante esta crise para podermos sobreviver, dérom-nos rojigualdas; em lugar de dotar de mais investimento à sanidade pública para conseguir mais EPIs e melhores condiçons laborais para as trabalhadoras, premiárom e publicitárom a sanidade privada; em lugar de aceitar as culpas das verdadeiras responsáveis desta crise e o seu descontrolo no Estado, sinalárom sempre a quem nom tem responsabilidades para assim fazer dano (como as mobilizaçons do 8M).

Dentro deste contexto aproveitou-se a doutrina do shock para começar a fazer movimentos do espanholismo mais exacerbado que nunha situaçom normal o povo galego nom veria bem:

· A toma das ruas polo exército espanhol amossando armas para meter medo à gente e as contínuas campanhas de lavado de cara para normalizar a sua existência (vídeos onde simulam que estám a fabricar EPIs, reportagens diárias sobre militares, elaboraçom de fake news e cadeias de Whatsapp que exaltam o seu trabalho, rojigualdas em todo, etc.). Quando todo isto é completamente evitável fazendo verdadeira pedagogia entre o povo sobre que medidas deve fazer durante a etapa de confinamento e por segurança ante o vírus.

· Racismo. Como a principal mensagem que recebemos durante esta crise é que “há que sair disto como espanholas”, vivemos umha brutal propaganda centralizadora sem controlo. Aproveitando-se disto a xenofobia tivo liberdade de atuaçom durante esta etapa, incrementada ainda mais polos discursos alarmistas para que o pánico fora total que os mass media nos bombardeárom. “Só podemos permitir que espanholas sejam tratadas nos hospitais”, “Todas as pessoas que nom som espanholas vam contagiar-nos, nom podemos permitir que se juntem connosco” (em especial o povo chinês), “Como agora estamos sem trabalho vam vir quitar-nos os poucos postos que restam, já que nos seus países nom há trabalho”,  “Temos que criar guetos para as pessoas que nom som espanholas, apartemo-las das nossas vidas”. Como qualquer mensagem racista, todo isto nom tem lógicas e o único que procuram é criar ódio. 

· Machismo. Toda luita foi questionada durante esta crise porque “nom era o momento”. A principal loita criticada foi o feminismo, baseando-se na falácia de que esta pandemia se incrementou polas mobilizaçons do 8M. Nom só isto é mentira, senom que houvo muitos tipos de reunions massivas de gente também no mesmo momento e que nunca fôrom questionadas e culpabilizadas. O feminismo sim, porque ataque directamente contra o sistema injusto em que vivemos. Quando o feminismo é anulado mediaticamente, as atitudes e comentários machistas tenhem plena liberdade, e assim é desde o estado de alarma.

É mui importante que todas nós luitemos diariamente contra todos os discursos de ódio, bem seja no nosso lugar de trabalho ou em conversaçons com as nossas amizades e família.

Vivemos um momento crucial onde o sistema está mais debilitado polas suas próprias carências para defender as vidas das persoas, aproveitemo-lo.

Tombemos todas estas práticas nocivas do espanholismo, terám-nos de frente!

Fotografia de Xoán A. Soler para o jornal La Voz de Galicia

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