Nesta última semana som vários os sondeios que dam resultados favoráveis à reentrada do BNG no Parlamento espanhol. Nom acostumamos atender a estas previsons quando nom nos dam espaço, também nom é mui razoável fazê-lo quando nos favorecem. Mas estas antecipaçons servirom para muitas pessoas pensarem em votar no Bloque para frear o crescimento e normalizaçom de forças de direita exaltada nas instituiçons.
Sobra dizer que nengum câmbio radical que faga desaparecer as desigualdades vai vir da mam das políticas que desde os parlamentos surjam, e que as limitaçons só podem gerar pequenas reformas do sistema. Mas num contexto de precarizaçom absoluta e de progresiva perda de direitos sem apenas oposiçom, qualquer tipo de melhora das nossas condiçons vitais é bem-vinda. E é aí que jogamos os direitos para as galegas, para as mulheres, para as trabalhadoras, para as galegofalantes, para as sexodiversas.
Este artigo nom pretende criticar a campanha que se vem fazendo aproveitando este sucesso, mas sim reflexionar sobre a importância de nom reduzir toda participaçom social a uns comícios eleitorais. Só a autooganizaçom do nosso povo em chave feminista poderá transformar a nossa realidade, pois as melhoras sociais disputamo-las nas ruas, nos centros de trabalho e nos centros de ensino.
O Bloque Nacionalista Galego é a ferramenta que temos o povo galego para irmos construindo desde já a Galiza que queremos no futuro. Som necessários muitos mais avanços tanto a nível político como orgánico, e é por isso que qualquer pessoa progresista e soberanista é bem-vinda a participar directamente da vida política da organizaçom. E faltam, ainda mais, independentistas e socialistas que pulem para que esta seja umha organizaçom com um horizonte facilmente materializável se pomos toda a nossa inteligência e forças nisso.
Logo por que votar no BNG?
No imediato, tal e como se vem falando, pode “roubar-lhe” um par de escanos à direita de Ciudadanos ou Vox. Mas sobretodo, um voto no BNG é continuar na linha de trabalho subordinado aos interesses da classe operária galega, trabalho que podemos seguir nas páginas institucionais e também nos perfis das representantes políticas e dos grupos locais.
E seguramente as pessoas referenciais em matéria de cultura, na defesa dos direitos das trabalhadoras, das mulheres ou da nossa língua sejam militantes comprometidas também nas assembleias ou tenham manifestado o seu apoio a este projecto (projecto, que nom unicamente fórmula de concorrer às eleiçons). Mas longe do utilitarismo, de fixar-nos unicamente nos perfis mais conhecidos, o principal motivo para apoiar o BNG os 365 dias do ano é o seu compromisso com este país, apoiado nos princípios que defendemos e no trabalho que realizamos diariamente.
E, o mais importante, por que organizar-se no BNG?
Esta situaçom só pode ser mudada colectivamente, e este espaço é o que mais potencial tem para desenvolver umha actividade de esquerdas e feminista com a vista posta na República galega. Conhecemos exemplos noutros pontos da Península onde o povo ganhou batalhas ao poder central, e detrás disso há organizaçom. Desde o internacionalismo encontramo-nos e apoiamos estas vitórias, mas é momento de ir preparando o terreno para escrever também nós a nossa história.
Por todas estas razons, nas vindeiras citas electorais o voto útil é o voto no BNG. O resto dos dias também é a organizaçom útil.