O 10 de março é o dia em que lembramos o assassinato de dous obreiros galegos, Amador Rey e Daniel Niebla, em Ferrol, a mãos da polícia espanhola no marco das greves obreiras (nomeadamente em Ferrol e Vigo) de 1972, brutalmente reprimidas polo franquismo. Porém, esta data nom se limita só à memória anti-franquista, senom que tem um potente conteúdo nacional e de classe.
Esta data expressa a forte ligaçom entre a luita de classes e a luita nacional na Galiza, já que é neste momento, nos anos 70, quando, da mão da agudizaçom da luita obreira, emerge com força o nacionalismo popular galego em todos os âmbitos: no plano político, sindical, estudantil… Um movimento que defendia a auto-organizaçom do nosso país como primeiro passo para lograr a superaçom da lógica do capital.
51 anos depois, nós, como mocidade combativa galega, recolhemos esse legado e, com a actualizaçom necessária para o nosso contexto, seguimos assinalando o mesmo objectivo: só seremos livres de toda opressom quando rachemos com a dominaçom do capitalismo representada polo Estado espanhol e a Uniom Europeia.
O nosso contexto é o da miséria sem fim. Os dados do SEPE sobre o paro juvenil do passado mês de fevereiro reflectem, mais umha vez, a realidade que temos que suportar as moças todos os dias. O desemprego entre a mocidade sobe de novo, as nossas vidas continuam a precarizar-se. Dados que se empregam distorcidos de forma deliberada para enmascarar as incessantes acometidas contra uns dos colectivos mais vulneráveis.
A última reforma laboral nom só nom aportou soluçons para atalhar a precariedade da mocidade, senom que abriu um novo caminho para que a temporalidade e a inestabilidade se convertam na norma geral com o fomento da contrataçom a tempo parcial e fixo discontínua. É cada vez mais frequente que a mocidade nom cobremos o salário completo, com contratos laborais que nom chegam nem a 20 horas mensuais. Reparamos, também, em que o aumento da contrataçom indefinida volve ser um engano, já que também aumentou alarmantemente o número de trabalhadoras indefinidas que som despedidas antes de que finalize o seu período de prova, os quais podem chegar a alongar-se durante meses para acabar sendo despedidas dias antes da sua finalizaçom.
Contudo, este panorama de desolaçom tem soluçom, e desde Isca! queremos imaginar um futuro digno para a mocidade, um futuro onde as nossas vidas estejam no centro. Para isso, nom existe outro caminho que, como nos anos 70, agudizarmos as contradiçons de classe em chave de país mediante a organizaçom política; já que, na Galiza, a questom de classe e a questom nacional som indissolúveis a umha da outra.
A história ensinou-nos com inumeráveis exemplos que o Estado espanhol é irreformável, por tanto, só poderemos liberar-nos das cadeias atravês dum movimento independentista popular, que tenha o socialismo como o seu horizonte estratégico e que bata directamente nos alicerces do Estado burguês.
Por isso, neste 10 de março, fazemos um chamamento para que todas as moças com consciência de classe e de naçom deam o passo para se organizarem e combaterem o sistema desde o marco nacional nos seus bairros, centros de ensino e trabalho, associaçons e organizaçons políticas.
ORGANIZADAS E COMBATIVAS,
GANHEMOS O FUTURO!
Tomemos as ruas nas mobilizaçons da CIG polo 10M: