Vivemos imersas numha das maiores crises cíclicas do capitalismo das últimas décadas. Às numerosas recessons que levamos sofrindo desde o 2008, posteriores ás dos 90, temos que somar o extremo encarecimento da vida com a contínua suba dos preços —em especial dos bens básicos.
Num contexto crítico a nível mundial, o discurso hegemónico do sistema conduz a pensar automaticamente que isto é resultado do conflito entre a Rússia e a Ucránia ou mesmo da pandemia. Porém, longe dessa realidade, a espiral inflacionária é motivada por um patrom de acumulaçom rentista, extrativista e depredador que parasita a riqueza para a concentrar em poucas mãos. Mais umha vez, a classe oligarca obriga a que a classe obreira paguemos as consequências dum modelo económico injusto com o que centralizam cada vez mais o capital: o conflito existe, nom obstante, é entre classes.
Falar em exclusiva da guerra ou do coronavírus nom explica por completo a situaçom que estamos a viver. O problema nom é atual, vem de longe, e responde a umha série de acumulaçons de acontecimentos desde umha lógica neoliberal. Que produtos básicos aumentem o seu preço exponencialmente (por exemplo, o trigo subiu um 22 % em março de 2022) segue um mecanismo de especulaçom disposto polos grandes acaparadores. Contudo, também queremos assinalar a esperpêntica desviaçom de caudais públicos com a escusa epidemiológica para resgatar multinacionais e bancos privados a base de dinheiro público.
Só podemos explicar o atual contexto de inflaçom pola grande interconexom da economia global e polo efeito multiplicador gerado polo aumento dos custos energéticos na cadeia de abastecimento. Desta forma vemos como todos os países estám a ser afetados, nom é um problema isolado. E, por se nom for abondo, a ineficaz gestom monetária dos últimos anos aplicada polos Estados Unidos e a Uniom Europeia, onde se limitárom a emitir descontroladamente dinheiro e a diminuir as taxas dos juros com o fim de estimular o benefício das grandes empresas, completa um quadro onde a precarizaçom das nossas vidas é protagonista. O modelo económico capitalista nom é quem de dar soluçons aos problemas que provoca, somos as classes populares quem sofrimos as consequências.
Neste panorama, as moças chegamos até o ponto de termos que luitar por sobreviver. Mentres a vida nom para de se encarecer, as nossas condiçons cada vez som mais precárias. As moças que rematamos a nossa etapa estudantil e entramos no mundo laboral ou as que já levamos uns anos trabalhando só podemos aspirar aos novos modelos de contrataçom: contratos em práticas, trabalhos mediante bolsas ou trabalhos temporais. Deste jeito, e com os preços inassumíveis das vivendas, o simples feito de nos independentizar é um sonho nom realizável para a maioria. A inestabilidade laboral e a falta de oportunidades som absolutas.
É imprescindível que a mocidade estejamos organizadas para combater um sistema que nos obriga a viver na precariedade. A única via para acadarmos umha realidade justa é através da luita organizada nas ruas, nos centros de trabalho e nos centros de ensino. Temos que arrincar a melhora das nossas vidas dum sistema que nos quer alienadas, já que o capital nom vai ceder nada sem tensom na rua.
E pola irreformabilidade do Estado espanhol, é crucial que este combate entre classes o deamos com a construçom da República galega no horizonte estratégico. A independência será o primeiro passo para erguermos um sistema no que eliminemos todas as opressons. Porém, depois de sermos independentes também teremos que tombar a lógica do capital fora da Uniom Europeia. Só sob um sistema socialista poderemos acadar a verdadeira soberania, com a classe obreira no poder e planificando a melhora das nossas vidas.