Na semana passada conhecíamos a notícia de que o Partido Popular (PP) impediu no Senado espanhol que os exames para Médico Interno Residente (MIR) se podam realizar, além de em castelhano, em qualquer outra língua cooficial. Xosé Manuel Pérez Bouza, senador do BNG revelou que apesar de que a senadora burgalesa María Begoña Contreras (PP) defendeu a proposta na sua primeira intervençom na Comissom de Sanidade e Consumo, a seguir intervéu a senadora por Pontevedra Dolores Pan para expressar o voto contrário do seu partido.
Qual foi o argumento que deu esta ‘galega’ para defender que um médico galego nom se poda examinar em galego para o acesso ao serviço público de saúde? Pois um argumento tam ‘demoledor’ como o suposto incremento do gasto e da burocracia. Deve ser que, por exemplo, no Parlamento Europeu nom é um gasto e maior burocracia traduzir textos ao castelhano… Se noutros ámbitos se regesse tudo polo incremento do gasto e da burocracia, hoje em dia nom teríamos nem atençom sanitária a enfermos terminais, nem protecçons sociais para as pessoas sem emprego, nem infantários públicos, nem bibliotecas, nem um serviço de atençom às pessoas dependentes…
Onde está agora a sua cacarejada LIBERDADE de escolha? Que saibamos, para poder escolher cumprem duas cousas: ter liberdade e ter possibilidade de escolha. Se só se permite o castelhano, evidentemente nom há possibilidade de escolher e, portanto, tampouco existe essa liberdade. Entom, o Partido Popular só defende a liberdade para quem pensar coma eles? Só defendem a liberdade para quem desenvolvem habitualmente a sua vida em castelhano?
Mas nom podemos culpar apenas o PP desta clamorosa discriminaçom da nossa língua do sistema sanitário público. Se botarmos umha olhadinha atrás, só até Novembro de 2008, encontraremo-nos com que a Conselharia de Sanidade, daquela ainda dirigida pola pesoísta María José Rubio Vidal, anunciava que na seguinte oferta de emprego público (OPE) para o Serviço Galego de Saúde haveria prova de galego, sim, mas que esta prova NOM seria eliminatória.
Quais eram (som, serám) as conseqüências dessa decisom? Que nom se garante um sistema sanitário público com pessoal capacitado para atender as galegas e os galegos na língua própria do país, porque poderíam superar a OPE pessoas que nom soubessen nem papa de galego e ademais, como «’total’, a prova nom é eliminatória», para que estudar umhas horinhas de galego?
Imagina alguém que na Alemanha, Inglaterra ou Portugal um médico nom fosse capaz de atender um paciente que falase alemao, inglês ou português? Pois isso é que o PSOE, sempre com o aval lingüístico do PP, permitiu e consente para a Galiza. E nestas que falan os vil-lingües de que «quero o melhor profissional, ainda que falar a outra língua». Dificilmente poderá ser alguém o melhor profissional sanitário se é incapaz de se comunicar como é devido com os pacientes. Também nós quereríamos os melhores políticos, os máis honrados… mas se nom sabem falar galego, dificilmente nos poderám achegar as suas propostas, e seria-nos também complicado transmitir-lhes as nossas preocupaçons. As e os galegofalantes acabaremos por nos termos de comunicar com estes políticos, e mesmo com tais médicos, mediante linguagem de signos ou por qualquer outro código gestual.
A língua nom é negociável, nem na Sanidade, nem em qualquer outro contexto. Quitar a carauta de quem discrimina e quer suprimir o galego é, por tanto, umha prioridade para lograr a normalizaçom. E aí topamos tanto a PP, PSOE , como a determinados sindicatos amarelos da sanidade.