Rebater nº72 – Nem um direito menos; um mundo novo!

Máis información:

O 8 de março comemoramos a luita pola conquista de direitos para as mulheres. O  estabelecemento desta data no almanaque foi inicialmente a proposta da marxista alemá Clara Zetkin, pois instou aos partidos a defenderem o sufrágio feminino, e formalizada a proposta das socialistas norteamericanas no contexto da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas de 1910. Esta demanda entende-se nas luitas internacionais de mulheres, e sobretodo na participaçom feminina na preparaçom da que seria mais adiante a Revoluçom de 1917.

Em 1975 as Naçons Unidas proponhem renomeá-lo como Dia Internacional da Mulher. Da mulher, simplesmente, tirando-lhe a perspectiva de classe. Este esvaziamento ideológico ilha a luita das mulheres do plano econômico para assim alinhá-la com o capital. Com a apariçom unicamente de “internacional” pretende-se transmitir que a classe é algo contrário à universalidade, quando na realidade é a ligaçom mais forte que pode existir entre a maioria da populaçom mundial.

O patriarcado, porque temos que caracterizá-lo assim, nom é unicamente um desajuste nas oportunidades entre homes e mulheres ou um movimento por procurar melhoras simbólicas, porque sabemos que as diferenças económicas e sociais som mais cruas quanto mais baixamos na pirámide, e as que estamos abaixo somos mais. Luitamos por derrubar o sistema que ampara essas desigualdades entre pessoas, porque a questom de género tem umha ligaçom estreita com a de classe. Acabar com as violências que sofremos a todos os níveis também passa pola construçom do novo mundo, livre de opressons.

Na Galiza as organizaçons e espaços que estám a organizar a jornada para que seja um êxito de convocatória em todos os âmbitos declaram-se anticapitalistas e analisam o problema das mulheres como sujeito ao sistema socioeconômico. O 8 de março as trabalhadoras galegas fazemos greve as 24 horas que dura o dia, as estudantes desaparecemos das aulas, deixamos todas de fazer as compras e de atender todo aquilo que nom se remunera, que é todo aquilo que permite o mundo continuar a girar. E isto nom é potente somente porque vaia suceder no nosso país, senom porque estas acçons estám inseridas numha acçom global coordenada no Paro Internacional de Mulheres. Mulheres de todo o mundo a demandar, com acçons materiais, a fim da opressom patriarcal.

Num contexto no que certas forças políticas sobem ao carro do feminismo e outras atentam contra os direitos conseguidos polas nossas devanceiras, devemos insistir em que o feminismo deve ser anticapitalista e universal. Porque o maior aliado do patriarcado é o capital, e nom lograremos conhecer vida justa se nom é construindo o mundo novo.

Este 8 de março estamos de greve, e saímos às ruas com o sindicato, a organizaçom estudantil e a organizaçom feminista. 365 dias ao ano de luita polos nossos direitos.