Trabalhemos como galegos?

O tópico do galego trabalhador a partir o lombo tem mais a ver com a exploraçom do nosso povo na história que com umha natureza intrinsecamente masoquista que tende a fazer-nos perpetuar o apego pela maldiçom bíblica. Ainda que Paul Lafargue citara, no direito à preguiça, os galegos como umha das raças malditas polo seu amor ao trabalho, ainda que Rosalia denunciara a situaçom dos galegos que iam a Castela como rosas e voltavam “como negros” –significativamente, como outro colectivo ainda mais oprimido historicamente-, ainda que Quino se inspirasse num galego para imaginar a Manolito, nom acredita-mos em que tenhamos nos genes esa moral protestante – polo menos, non máis que o resto dos povos do nosso contorno, já sumidos no consumismo e o esbanjamento obrigatório- que prima o dinheiro por riba de todo, que vive para trabalhar em vez de trabalhar para viver.

Polo contrário, fomos forçados a trabalhar muito por muito pouco, e em muitas ocassons fora da Terra. Em 1854, as Cortes Espanholas aprovavam um projecto de “colonos” galegos em Cuba, ainda colónia espanhola, practicamente como escravos e por menos salário que os jornaleiros livres na ilha. Os que se rebelaram foram enviados ao “cepo”.

Em 2008, um governo bipartido, com presença de nacionalistas e teoricamente progressista, orgulha-se de que as e os jovens da Galiza tenhamos os “menores custos laborais” do Estado, especialmente acentuados de compará-los com as “comunidades” mais desenvolvidas, e chama as empresas a aproveitar que estamos dispostos a trabalhar mais –com “muita produtividade”- a cámbio de menos, porque já se sabe que as galegas e os galegos nom valemos para outra cousa. Sinala também que estamos muito qualificados, que estudamos como nunca para que nos explorem como sempre, e a formaçom nom é nengum inconvinte para que nos sigam a pagar tam pouco.

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O cinismo nom pode ser maior. O conselheiro de Economia têm repetido as mesmas fórmulas neoliberais ante a crise: recomendar a contençom salarial para as e os trabalhadoras/es, sem chamar a atençom sobre onde é que se concentrarom todos os benefícios na época de bonança –e ainda hoje, onde os grandes bancos anúnciam novos récords-. Polo contrário, essa contençom nom a aplicam aos salários dos deputados e dos altos cargos, que se asseguram um sobre-soldo que por si só supera o salário de boa parte da mocidade, tal e como eles mesmos reconhecem.

 

Nada deveria surprender-nos, nos tempos em que na Uniom Europeia se recuperam os campos de concentraçom para pessoas que nom cometerom delito nengum, quando se pretende retroceder mais alá do 1º de Maio e instalar as 65 horas de trabalho semanais, depois de que a socialdemocracia tentara exterminar a tradiçom de esquerda do século passado mentres impulsava a precariedade e desregulaçom laboral, as empresas de trabalho temporal e a integraçom definitiva do Estado Espanhol no capitalismo.

Vivemos numha lógica criminosa na que nom há nada a fazer. Até a sua vulgata de produtividade, custos laborais, excelente disposiçom ao trabalho, entorno laboral excelente… é aborrecível. Nem os nossos sonhos nem as nossas vidas, parecem ser importantes para a Junta. Em efeito, para o capitalismo nom há pessoas, senom só recursos humanos, nom há terra, senóm só recursos naturais que podem produzir benefícios. As mercadorias e os índices da bolsa nom sofrem e nom se lhes podem ajustar contas nem pedir responsabilidades. No entanto, ficamos com os sonhos e com a raiva: nunca estivo tam claro que hoje nom se pode cambiar nada sem cambiá-lo tudo.

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